Medo de aranhas já toda a gente sabe que existe. Cleptomaníacos? Isso é coisa de comédias românticas da década passada. É graças a Kate Summerscale que temos acesso a um compêndio para satisfazer as curiosidades mais bizarras que possamos ter sobre obsessões. O livro das fobias e manias (Vogais, 2023) é precisamente um guia de algumas das que já conhecíamos e outras que parecem ser tudo menos reais. Estas são cinco das manias e fobias que descobrimos.
Aritmomania
Uma obsessão ou preocupação pouco natural com a matemática presente na vida quotidiana. Esta é uma forma de distúrbio obsessivo-compulsivo, que se foca nos números: “O volume do rádio do carro e da televisão têm de ser múltiplos de nove para que as minhas mãos não doam”, explica um dos testemunhos no guia de Kate Summerscale. Esta obsessão pode passar pela contagem de qualquer coisa, mas também por assegurar que se evita ou se atrai um número em específico – quase como se fosse uma espécie de número da sorte.
Clazomania
Definida em 1905 pelo psiquiatra L. Benedek, refere-se à compulsão para gritar. E não, não diz respeito apenas a quem tem problemas de controlo de raiva. Clazomania inclui onomatopeias, vogais únicas e palavras curtas que são gritadas como se o indivíduo não tivesse a consciência de que ia gritar. Embora seja semelhante à síndrome de Tourette, não é considerada um problema hereditário, mas resultante de uma lesão cerebral.
Eritrofobia
Uma intolerância mórbida à cor vermelha, especialmente se estiver na própria pele. Kate Summerscale fala em particular no pavor de corar e no que isso pode implicar – ser o centro das atenções, ou um objeto de admiração, de ridículo ou de censura. Como explicou o psiquiatra Pierre Janet, é algo que se assemelha ao medo de exibir deformidades ou aspetos ridículos de si próprio.
Nomofobia
Este é um dos medos de que muitos sofremos hoje em dia: a fobia de estar sem o telemóvel ou incontactável. Parece que aquela ansiedade que vem quando estamos sem dados móveis já tem nome e é cada vez mais comum. Um estudo de 2012 descreveu os telemóveis como “possivelmente a maior dependência não relacionada com drogas do século XXI”. Se calhar está na hora de considerar um retiro na natureza…
Onicotilomania
O hábito de roer as unhas levado ao extremo. Aqueles que sofrem de onicotilomania arrancam as peles dos dedos, bem como as unhas dos pés ou das mãos, de uma forma destrutiva. Um testemunho em O livro das manias e fobias confessou que passava “oito a dez horas todos os dias a puxar as unhas e que brincava, mordiscava e comia os pedaços que arrancava”. Esta fixação incontrolável pode mesmo fazer com que os dedos fiquem deformados.