5 perguntas a Capicua

Aquário está aí, pronto para ser devorado, mas também saboreado, página a página. Ora confessional, ora furiosa, mas sempre perspicaz, inconformada e inteligente, além de totalmente entregue à experiência da «matrescência», Capicua dá ao leitor uma caixa de bombons em forma de livro.

Crónicas, pequenos textos, poemas e algumas letras, para rir, chorar e acenar com a cabeça em jeito de concordância – às vezes, surpreendidos por não termos reparado no mundo como Capicua faz.

A Penguin Magazine falou com Capicua (ou Ana Matos Fernandes, se preferirmos) sobre este novo projeto, editado pela Companhia das Letras.

 

Este livro é mais Ana Matos Fernandes ou Capicua?
Apesar de o livro estar assinado como Capicua, acaba por não haver grande distinção entre o meu nome civil e a minha alcunha. Os dois universos misturam-se aqui. Há coisas confessionais e pessoais, há outras que remetem para a música.

Qual é banda sonora do livro?
Podia fazer uma playlist à volta deste livro. Tem muitas músicas que nasceram de crónicas que estão no livro em formato prosa e remete-me também para as minhas referências musicais. Fala muito do Caetano Veloso, do Sérgio Godinho, do José Mário Branco, tantas pessoas que me inspiram.

Se só pudesses salvar um dos textos de Aquário, qual seria?
Não consigo escolher um. A seleção foi difícil, há identidades muito diferentes, da política à maternidade, passando pela quarentena. Os pássaros são azuis, o João Sensação, gosto muito do que dá nome ao livro, Aquário – mas não sei se será também pela minha memória afetiva associada a esses momentos.

O que foi mais desafiante no processo de fazer este livro?
O mais desafiante foi definir a ordem e a organização. São registos muito diferentes. Não queria uma ordem cronológica, mas tinha de conseguir guiar o leitor para, texto após texto, ficar mais envolvido no meu universo.

Algum destes textos te levou a uma música nova?
Há muitas crónicas que foram ponto de partida para letras, por isso estão muitas vezes lado a lado, no livro, a crónica e a letra que daí nasceu. Penso que as pessoas que já conheciam as canções, mas não a origem vão achar piada a esta simetria.

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