Durante décadas trabalhou em televisão. Criou séries, escreveu guiões, inventou assassinos e cenas de crime – o bichinho da escrita estava lá há muito, mas só aos 40 anos é que se atreveu a começar o primeiro livro. E fê-lo às escondidas, nem sequer contou à mulher.
Só depois de o apresentar a vários agentes literários e de ter mais do que uma oferta é que revelou que tinha acabado de criar Helen Grace, uma detetive solitária que, desde 2015, é a protagonista de todos os seus thrillers bestsellers: Um, dó, li, tá, A casa de bonecas, A vingança serve-se quente, À morte ninguém escapa, entre outros, e agora O gato e o rato, que acaba de ser editado pela Topseller.
Conseguiu escrever tantos livros tão depressa (em Portugal estão publicados 12) porque desde criança que tinha inúmeras ideias acumuladas na cabeça. O grande responsável, ainda que de forma involuntária, foi o pai. Procurador, especialista em casos de homicídio, era muito descuidado com o trabalho que levava para casa.
Matthew, assim se chama realmente M. J. Arlidge, não aguentava a curiosidade e ia espreitar as imagens das cenas de crime que o pai deixava espalhadas pelo escritório. Aos 10 anos já tinha visto fotografias de corpos degolados.
Com a série de livros que têm sempre uma personagem em comum, Helen Grace, há uma mania que continua a perpetuar. Primeiro escreve o final das histórias e só depois é que recua até ao início das narrativas.
O gato e o rato tem um serial killer à solta, que ataca as pessoas que estão sozinhas. Enquanto tenta desvendar o caso, Helen Grace tem, ela própria, um psicopata implacável atrás dela, obcecado pela vingança. O thriller viciante (mais um) está disponível em todas as livrarias e online.