Do autor de Steve Jobs e outras biografias de sucesso, chega-nos a história surpreendentemente íntima de um dos inovadores mais controversos e fascinantes da atualidade – um visionário avesso a regras que levou o mundo para a era dos carros elétricos, da exploração espacial de iniciativa privada e da inteligência artificial. Ah, e comprou o Twitter, também, apelidando-o de X. Claro.
Aqui, recuamos um pouco no tempo para tratarmos de curiosidades sobre a vida deste homem que se impôs na esfera pública, curiosidades essas reveladas pelo biógrafo mais conceituado do momento. Eis 5 momentos chave do livro Elon Musk, edição Objectiva.
- O emigrante juvenil
Em 1989 Elon emigrou sozinho para o Canadá, desde a África do Sul. Ainda antes de fazer 17 anos, partiu com dois mil dólares em cheques de viagem, dados pelo pai, e outros dois mil dólares que a mãe tinha depositado numa conta, quando venceu um concurso de beleza na adolescência. Além disso, o que levava quando chegou a Montreal era uma lista dos familiares da mãe que não conhecia. O plano era ir ter com o tio da mãe, mas descobriu que este já não vivia em Montreal. Aqui começou uma saga entre albergues de juventude, extravio de mochilas e de dinheiro e empregos de circunstância, entre os quais a tarefa de limpar a fundo as caldeiras de uma serração. Assim começava a aventura de Musk no continente americano.
2. O leitor de enciclopédias
Na infância, a leitura era o refúgio de Elon Musk. Embrenhava-se nos livros durante a tarde inteira e a maior parte da noite, chegando a fazê-lo durante nove horas seguidas. Falho em competências sociais, se a família ia a casa de alguém, Musk desaparecia para a biblioteca do anfitrião. Quando
Fã de banda desenhada e do peculiar universo dos super heróis – «Eles estão sempre a tentar salvar o mundo, com as cuecas por cima das
calças ou com fatos de metal muito justos, o que, se pensarmos bem, é muito estranho. Mas estão a tentar salvar o mundo» – o jovem Elon leu as duas coleções de enciclopédias do pai e tornou-se, na opinião da mãe e da irmã, «um geniozinho». No entanto, para os outros miúdos não passava de um marrão irritante, sabendo de cor coisa como a distância da Terra à Lua.
3. O Algoritmo
Em todas as reuniões de produção, quer na Tesla quer na SpaceX, é altamente provável que Musk possa entoar, como um mantra, aquilo a que chama «o algoritmo», inspirado nas suas experiências iniciais na indústria. Fá-lo como se fora um padre em homilia conjunta com os seus executivos. «Tornei-me um disco riscado sobre o algoritmo», declara Musk. «Mas penso que é útil dizê-lo até à exaustão.» Tinha cinco mandamentos, aqui simplificados:
A) Questionem todos os requisitos.
B) . Eliminem todas as peças ou processos que conseguirem.
C) Simplifiquem e otimizem. Isto deve vir após o segundo passo.
D) Acelerem a duração do ciclo. Todos os processos podem ser acelerados. Mas façam-no apenas depois de cumprirem os três primeiros passos.
E) Automatizem. Este é o último passo. isto só deve ser feito depois de todos os requisitos terem sido questionados.
4. O frenemy Bezos
Jeff Bezos e Elon Musk tinham uma disputa, que começou em 2013, sobre quem arrendaria a Rampa de Lançamento 39A em Cabo Canaveral (Musk venceu), quem seria o primeiro a aterrar um foguetão que tivesse voado até ao limite da atmosfera terrestre (Bezos), o primeiro a aterrar um foguetão que entrasse em órbita (Musk) e o primeiro a colocar seres humanos em órbita (Musk). O espaço era a paixão destes dois homens e a sua competição serviria para avançar nessa área. Muitos anos antes, quando se conheceram, Bezos visitou a SpaceX a convite de Musk, mas não retribuiu a amabilidade. Musk escreveu-lhe então um email de desagrado por não ter sido convidado a visitar a Blue Origin, o que viria a acontecer. Mas estava lançado o beef entre os dois multimilionários.
5. O X marca o lugar
É conhecida a obsessão de Musk com a letra X. Há vários anos, na altura da fusão da sua empresa com a PayPal, insistiu que a nova empresa deveria também chamar-se X.com e que a PayPal seria apenas uma das suas marcas subsidiárias. Até tentou mudar o nome do sistema de pagamento para X-PayPal, o que provocou muita resistência. A PayPal tinha-se tornado uma marca de confiança, um bom parceiro que está a ajudar a pessoa a receber o seu dinheiro. Pelo contrário, grupos de foco mostraram que o nome X.com evocava visões de um site pouco recomendável «sobre o qual as pessoas não falavam quando estavam na companhia de pessoas educadas». Porém, Musk não se deu por vencido e manteve a confiança na antepenúltima letra do alfabeto. O Twitter que o diga.