Helena é uma viúva de 79 anos aparentemente pacata. Vive com o gato num apartamento, independente dos filhos e netos adultos, gozando de ótima saúde física e mental. Até ao dia em que, por acidente, pega fogo à sala de estar. Obrigada a mudar-se para casa da filha, que começa a questionar a sua sanidade, acaba por revelar um segredo que deixará toda a família boquiaberta: afinal, tem uma vida sexual ativa. Muito ativa.
E se eu morrer amanhã?, editado pela Suma de Letras, deixa-se conduzir por esta protagonista dinâmica e cheia de sentido de humor e leva-nos a refletir sobre os preconceitos em relação às mulheres mais velhas e o enorme tabu em torno da sua sexualidade.
Qualquer semelhança com a realidade não é, neste caso, pura coincidência. É que a história caiu no colo da autora, Filipa Fonseca Silva.
«A minha mãe tem uma amiga que vive em França e fazia companhia a uma senhora que tinha à volta de 80 anos. Uma vez por semana iam às compras, passear…», explica a escritora.
Com o início da pandemia de Covid-19 acabaram-se as saídas e as duas mulheres tiveram de arranjar forma de ocupar o tempo em casa. Começaram então a fazer arrumações.
«Um dia, estavam a arrumar gavetas e o roupeiro e apareceu uma caixa com brinquedos sexuais.»
Assim que a mãe de Filipa Fonseca Silva lhe contou o episódio, a autora fez uma chamada para Angelita, a amiga, para saber mais detalhes. Ao ouvir a descrição da senhora com mais de 80 anos, em «ótima forma», que era mais feliz e livre do que muita gente com metade da idade, a escritora sabia que tinha encontrado a sua protagonista seguinte.
Ela é a Helena e vive nas páginas de E se eu morrer amanhã?, um romance libertador e cheio de sentido de humor já disponível em todas as livrarias.