A moda não é só o que vestimos

Com selo da Booksmile, chegou às livrarias Desfilar pela história, escrito por Mariana Pereira Silva, investigadora na área da moda e sustentabilidade, e com as deslumbrantes ilustrações da premiada Raquel Costa. Um livro que desvenda o mundo fascinante da moda e ainda ensina como nos vestirmos no futuro de uma forma sustentável.

Há muito, muito tempo, antes dos shoppings, das lojas de roupa e até dos costureiros, já se falava sobre a importância do vestuário. Nos primórdios servia para a proteção contra os elementos da Natureza. Depois, tornou-se uma ferramenta de demarcação na sociedade. Hoje, além destes propósitos, serve como um veículo de expressão individual, através do qual transmitimos traços da nossa personalidade.

É verdade que a roupa serve para cobrir a superfície da pele, mas isso no significa que seja um assunto superficial. Não é possível contar a História da moda sem compreender a História da humanidade. Nela, reúnem-se os elementos mais importantes da nossa progressão enquanto seres humanos, seja esta social, económica, tecnológica, política ou cultural. Atualmente, a moda está a viver uma importante revolução. Se continuarmos a encarar a roupa como o fizemos nos últimos anos, arriscamo-nos a comprometer as necessidades das próximas gerações.

Costurar o futuro

Produzir uma peça de vestuário com recurso a máquinas é mais rápido do que cortar e coser um tecido à mão. Desenvolver uma fibra em laboratório é mais rápido do que plantar uma semente de algodão e esperar que ela cresça. E apresentar um modelo pronto-a-vestir é mais rápido do que ouvir as preferências do cliente e criar algo à sua medida. Todas estas mudanças contribuíram para tornar a indústria da moda mais rápida. Se antes um casaco era algo que tinha de durar muitos anos, agora compramos um novo a cada estação. Mas será isso positivo para nós e para o planeta?

A moda rápida, tal como é conhecida, tem algumas vantagens, mas as desvantagens são maiores: É poluente: quanto mais vestuário é produzido, mais recursos são utilizados. É injusto: um dos motivos pelos quais as ofertas de moda rápida são tão baratas é porque os trabalhadores que produzem essas peças recebem salários muito baixos. Além disso, estão sujeitos a condições prejudiciais à saúde física e mental. É viciante: o propósito da moda rápida é que os consumidores nunca parem de comprar produtos novos. Não estabelecemos ligações com as nossas peças, acabando por deixá-las esquecidas no armário ou, pior, no lixo.

Perante os problemas associados ao vestuário, há quem esteja a encontrar soluções inspirando-se no passado. Respeitar o tempo da Natureza e aprender com os seus ensinamentos estão entre as práticas que contribuem para o desenvolvimento de um futuro mais sustentável.

Desfilar pela história leva-nos numa viagem no tempo através da história da moda! Desde as primeiras peles e plantas usadas pelos nossos antepassados, passando pelo Antigo Egito e pelo Renascimento, até ao brilho das passarelas das grandes casas de moda como Chanel, Dior e Saint Laurent. Mas nem tudo é brilho e lantejoulas! Este livro também fala sobre o lado menos bonito da moda: a poluição, o desperdício e o que podemos fazer para tornar o nosso guarda-roupa mais sustentável.

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