Prémio Nobel de Literatura, pela profunda visão espiritual e artística com a qual os seus romances penetraram com intensidade o drama da vida humana. François Mauriac ( Bordéus,1885 – Paris, 1970). Poeta, romancista, dramaturgo, ensaísta e cronista político, Mauriac é autor de uma vasta obra luminosa, magnífica e atormentada, consagrada aos mistérios do pecado e da graça, e à defesa do homem, fragmento do pino. Em 1909, a sua primeira antologia de poemas, Les mains jointes, é entusiasticamente elogiada por Barrès; seguir-se-á uma outra, dois anos mais tarde: L’Adieu à l’adolescence. Ainda a Primeira Guerra Mundial não rebentara e o jovem Mauriac já se incluía entre os romancistas mais promissores com L’enfant chargé de chaînes (1913) e La robe pretexte (1914). Após uma guerra feita sobretudo em Salónica (onde será atingido por doença grave), regressa ao romance com Présences em 1921 e publica o famoso Baiser au lépreux um ano depois. Seguir-se-ão varias obras que lhe granjearão reputação e fama internacional, entre as quais se contam: Genitrix (1923), Thérèse Desqueyroux (1927) – a que se seguirá La fin de la nuit, em 1935 –, Le noeud de vipères (1932). Em 1933, no ano da publicação do muito autobiográfico Le Mystère Frontenac, é eleito para a Academia Francesa. É galardoado, em 1952, com o Prémio Nobel de literatura, continuando a publicar e a envolver-se activamente na história do seu século: intelectual antifascista e resistente, tomou ainda posição contra as guerras coloniais francesas (Indochina, Argélia). O Journal (1934 – 1951), os seus Bloc-Notes, e as suas Mémoires intérieurs e Mémoires politiques testemunham o vigor dos seus combates éticos e ideológicos, bem como os seus dons de polemista, que fazem dele, sem dúvida, o último grande cronista político do século XX.
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