James Branch Cabell (1879-1959), nasceu em Richmond, Virgínia, no seio de uma antiga família sulista de tradição colonial.
Depois de concluir os estudos superiores na famosa Universidade William and Mary, foi ali professor de grego e francês antigo, profissão que, porém, depois trocaria pela de jornalista.
Em 1904, publica o seu primeiro romance, The Eagle’s Shadow, granjeando desde logo enorme estima por parte dos seus pares.
Seguir-se-ão, a um ritmo sempre crescente, muitos outros: The Cords of Vanity (1909), The Rivet in Grandfather’s Neck (1915), The Certain Hour (1916), The Cream of the Jest (1917) , Beyond Life (1919); mas a fama deste autor ficaria para sempre ligada à controvérsia despoletada aquando da publicação de Jurgen (1919), romance alvo de censura nos Estados-Unidos alegadamente devido à sua forte simbologia sexual.
Nos seus livros, Cabell alia um profundo conhecimento da História, sobretudo clássica e medieval, com o uso da ironia aliado a um forte sentido satírico, para compor universos ficcionais muito próximos do universo fantástico (são célebres as suas genealogias de reinos medievais inventados), porém, conservando sempre uma visão crítica do presente.
James Cabell Branch foi, sobretudo até aos anos 40 do século XX, um dos autores mais elogiados e amados pelo público-leitor, granjeando igualmente a profunda admiração de escritores como Mark Twain (que dele dizia escrever apenas obras-primas) ou Sinclair Lewis. No entanto, toda esta fama caiu abruptamente no esquecimento a que o autor foi relegado no pós-guerra, que levaria Alfred Kazin a afirmar que «Hitler e Cabell não habitam no mesmo universo», numa clara referência à brusca modificação do gosto literário para tendências mais aderentes às novas realidades da época como principal motivo para o afastamento do público.
Não obstante todo o esquecimento a que foi votado, ou da actual dificuldade em encontrar os seus livros e da ausência de traduções noutras línguas, James Branch Cabell continua a ser um dos nomes cimeiros da literatura norte-americana, que a Cavalo de Ferro agora se orgulha de apresentar pela primeira vez aos leitores portugueses.