Plano Nacional de Leitura
Literatura – Maiores de 18 anos
«Pensou que as recordações eram invisíveis como a luz, e tal como o fumo fazia com que se visse a luz, teria de haver uma forma de tornar visíveis as recordações.»
Em Outubro de 2016, o realizador de cinema colombiano Sergio Cabrera assiste, em Barcelona, a uma retrospectiva dos seus filmes. É um acto público de celebração atravessado por um momento íntimo de dor: o seu pai, Fausto Cabrera, acaba de morrer, o seu casamento com uma mulher portuguesa está em crise, e o seu país recusou um acordo de paz que lhe permitiria pôr fim a mais de cinquenta anos de guerra.
A morte do pai é o fim de um ciclo, é o desfecho irremediável de uma relação marcada por silêncios e mágoas tingidos de amor e fascínio. E é o pretexto para Sergio ir desfiando as recordações dos acontecimentos que marcaram a sua vida e a do seu pai. E «não era uma vida qualquer, há que dizê-lo.» Da guerra civil espanhola ao exílio na América Latina, da Revolução Cultural na China aos movimentos armados dos anos sessenta, o leitor assiste ao desfile de uma vida que é muito mais do que uma grande aventura: é a imagem de meio século de história que abalou o mundo inteiro.
Feitos reais que, nas mãos de um romancista magistral, se transformam no retrato de uma família devastada pelo fanatismo político. Uma narrativa avassaladora, que tem tanto de investigação social e histórica como de retrato privado e íntimo. Mais uma obra extraordinária daquele que é considerado um dos grandes autores contemporâneos da literatura em língua espanhola.
Os elogios da crítica:
«Como foi [este livro] capaz de me transmitir tal variedade de emoções? Estou ainda a tentar percebê-lo, mas o que quero assinalar é que, se não tivesse caído nas minhas mãos, a sua ausência teria provocado na minha biografia de leitor uma falha de que nem sequer seria consciente.»
Juan José Millás, El País
«Morde, esmurra, doi, queima. A literatura luta para tornar-se vida e a vida luta para ser contada. Que grande livro!»
Manuel Rivas
«Um extraordinário romance de aventuras e pesadelos […], uma formidável fantasia ancorada no centro da realidade.»
Babelia
«Entre os poucos romances que leio há vários latino-americanos, por exemplo Juan Gabriel Vásquez. […] Parece-me um verdadeiro romancista. Na América Latina, o romance continua vivo, não perdeu fôlego.»
Emmanuel Carrère
«Uma ficção escrita com a sabedoria de um narrador clássico.»
El Periódico
«Um romance maravilhoso, muito contundente. Senti que estava a ler um clássico. Juan Gabriel Vásquez é um dos melhores escritores de língua espanhola.»
Leila Guerriero
«Excelente romance. Vásquez recria alguns episódios que espelham fielmente o ambiente inquisitorial e fanático.»
La Vanguardia
«Com o grande fulgor narrativo que o caracteriza, Vásquez fala-nos de existências convulsas que atravessam tempos históricos igualmente convulsos.»
El Imparcial