São poucos os escritores que conseguiram alcançar o patamar de Elias Canetti, autor de uma importante obra que abrange os mais variados géneros e estilos literários – do romance e ensaio de grande fôlego aos cadernos de apontamentos, dos epigramas ao teatro -, e da qual desponta uma das mais originais e perspicazes reflexões sobre a condição humana em sociedade, combinando erudição com fulgor narrativo.
Primeiro dos três volumes que compõem as suas memórias autobiográficas, que se confundem com a atribulada história do século xx, A Língua Resgatada oferece ao leitor um retrato do contexto pessoal e do desenvolvimento criativo de Canetti durante os anos cruciais da sua juventude. Da cidade búlgara da infância, verdadeiro cruzamento de povos e culturas, onde o pequeno Canetti toma contacto com mais de seis línguas diferentes, à cosmopolita Manchester ou da imperial Viena à pacata Zurique, são estes os cenários que moldarão o seu crescimento, sempre sob os efeitos da conturbada relação com a mãe, narrados numa prosa íntima, intensa e veloz, que a Academia Sueca não hesitou em considerar «o ponto cimeiro da sua obra».
Os elogios da crítica:
«Um livro que evoca paixão e poder; repleto de cidades e cenários e pessoas extravagantes – lobos, amantes, lendas, guerra e disputas.» Paul Theroux
«A sua presença rigorosa honra a literatura.» George Steiner