«Uma bandeira do reino unido, que lembrava ter notado do quarto, agora se mostrava apenas certa mancha indistinta, flutuante. Fui para a outra janela ao lado: o mesmo. Perguntei-me se o mundo daqui agora era esse, embaçado.»
Um escritor brasileiro de cinquenta anos, autor de sete livros reconhecidos e premiados pela crítica, recebe um misterioso convite de emprego de uma instituição britânica. Depois de desembarcar em Londres e de se instalar num apartamento nos subúrbios, percebe que pode haver um contrato, mas haverá pouco mais. Sem dinheiro nem pátria, vagueia ao sabor de encontros fortuitos, alimentado pelo desejo de viver fora das páginas das suas obras, de esquecer quem é.
Lordeparte da experiência do próprio João Gilberto Noll em 2004, como escritor residente no King’s College. Nele desenha-se um retrato inquietante, herdeiro da tradição de Beckett, sobre quem somos e o que somos quando consumidos pela cultura mediática, num romance que a cada instante desfaz, como Karl Ove Knausgard, a fronteira entre a ficção e a vida.
Os elogios da crítica:
«Desde a estreia, em 1980, Noll vem ocupando um lugar típico, único na literatura brasileira de ficção.» – Folha de São Paulo
«A história de uma desintegração, ou, ainda pensando em Kafka, de uma metamorfose.» – Veja