Esta fábula sobre a formação e a evolução da língua portuguesa prende-nos à leitura, desde a primeira página, pela insuperável originalidade e pelo insólito humor do texto.
Porém, mais do que isso, mostra-nos a importância da resistência à opressão; mostra-nos o valor de todas as formas de liberdade; o valor da união.
Esta narrativa é uma lição – gramatical e de vida – de que nunca mais te irás esquecer.
Era uma vez, num reino longínquo, um rei tirano, uma princesa prisioneira e um jovem revolucionário.
À partida, este parece o início de uma história como tantas outras. No entanto, quando o jovem revolucionário é o Tom Coloquial, a princesa prisioneira é a Língua Portuguesa e o rei tirano é o Verbo, fica legítimo desconfiarmos de que esta não é uma história de encantar vulgar. No Reino das Palavras Contadas, a luta pela libertação da língua e pela liberdade de expressão é real – e literal! Pelo meio – como em todas as histórias -, nasce, sim, uma paixão eterna, rebenta uma guerra civil e decide-se o futuro de uma língua.
Se tens dificuldade em perceber o quem é quem da gramática portuguesa, distinguir as Gírias das Metáforas, o Purismo do Preciosismo e o Pleonasmo do Eufemismo, depois de leres A língua de fora tudo te parecerá, pleonástica e metaforicamente, claro como água.
«- Quem consegue ler aqueles poemas nas estrelinhas entende tudo o que está
por trás – disse o Barbarismo.
– Não é ler nas estrelinhas, seu tapado! – gritaram as Gírias.
– É entrelinhas! Ler nas entrelinhas! És uma besta com um cérebro
de barata…»
Sobre A língua de fora:
«Um Verbo ditador, uma Língua Portuguesa prisioneira e um herói apaixonado – uma guerra pela liberdade da palavra travada nos bosques da ficção.»