Em 2006, Gulbahar Haitiwaji, mulher uigur originária da província de Xinjiang, na China, decide fugir do país com a família.
Dez anos depois, a viver em França com o estatuto de refugiada política, é chamada pelo governo chinês para resolver uma questão administrativa.
Ao chegar ao aeroporto, é imediatamente detida sob a acusação — falsa — de terrorismo e separatismo islâmico e enviada para um «campo de reeducação», onde, ao longo de quase três anos, é interrogada, torturada, privada de alimento, manipulada, esterilizada, brutalizada.
Em 2019, o New York Times tornou públicos os The Xinjiang Papers, que descrevem a repressão sistemática desta minoria étnica muçulmana de origem turcomena através da sua detenção e deportação massiva para campos de concentração.
Por detrás desta que muitos não hesitam em classificar de limpeza étnica, estará, também, o interesse do governo de Xi Jinping em Xinjiang, região por onde passará a nova ligação entre a Ásia e a Europa.
Salva pela persistência da família e pela pressão da diplomacia internacional, Gulbahar recorda uma experiência aterradora, a que poucos resistem para contar a história.
Este é o primeiro testemunho de uma mulher que sobreviveu e rejeitou o silêncio.
A sua história é um apelo ao Ocidente, para que não feche os olhos a esta barbárie humanitária em curso.
«Descrevo o que vivi. A cruel realidade.» Gulbahar Haitiwaji, Paris Match
«Um testemunho precioso. Haitiwaji explica que, “para os uigures, os campos são um mito urbano” alimentado pelo silêncio. “Se ninguém falar sobre eles, não são reais.” Haitiwaji dedica o seu testemunho a todos aqueles que não conseguiram escapar, assim contribuindo para o enriquecimento de um acervo de dolorosas memórias que cresce sem parar.»
The New York Times
«Um testemunho dilacerante de uma mulher uigur que resistiu a centenas de horas de interrogatórios, tortura, subnutrição, violência policial e lavagem cerebral… Um relato tenso e impressionante de um desastre humanitário a acontecer.»
Kirkus Reviews
«A descrição destemida que Haitiwaji faz da sua experiência num campo de concentração atual é uma reflexão lúcida sobre as diferentes formas que o genocídio assume ainda hoje. Este testemunho urgente é uma chamada de atenção para o leitor ocidental.»
Publishers Weekly
«Sobre o seu testemunho acerca dos “campos de reeducação”, a autora confirma: “Descrevi o que vivi. A cruel realidade.”»
Ms