Não percebes o Hip Hop? Claro que percebes

Johnny Def, General D, Black Company, Da Weasel, Mind da Gap, Djamal, Boss AC, Dealema, Sam The Kid, Valete, Força Suprema, Chullage, Regula, Allen Halloween, Nerve, Capicua, DJ Ride, Plutonio, Dillaz, Slow J, T-Rex. Estes são apenas alguns nomes dos protagonistas que marcaram a história do rap em Portugal ao longo dos últimos 40 anos.

Género e universo em crescendo no mundo, graças a uma vitalidade no berço Estados Unidos da América, o Hip Hop tem ganhado cada vez mais força também por cá, muito pela persistência e relevância dos artistas ligados à vertente musical.  Cultura urbana por excelência, e com expressões variadas como a street art/graffiti ou o breakdance, o Hip Hop assentou arraiais em Portugal e os rappers portugueses captaram a atenção de ouvintes, rádios e agentes do meio, sendo indispensáveis ao ecossistema musical que por cá se constroi.

Muitos dos artistas referidos acima já se eclipsaram, outros persistiram, e novos protagonistas surgem ano após ano. Ou seja, o Hip Hop Tuga está cada vez mais vivo. E recomendável. Amadureceu, diversificou-se, passou de um pequeno movimento de nicho para uma cultura influente que também ajudou a transformar a sociedade.

Em Hip Hop Tuga — Quatro Décadas de Rap em Portugal, livro que a Penguin acaba de publicar, o autor, Ricardo Farinha, fez um autêntico trabalho de arqueologia. Foi em busca dos precursores do estilo, mas também das histórias dos novos valores, e o resultado é uma quase enciclopédia com biografias e imagens inéditas partilhadas pelos artistas e por quem, por amor, deu palco e voz a um dos géneros de música mais revolucionários do mundo. Antentemos nas palavras do autor: “Não escrevi tanto sobre o puzzle, mas mais sobre as peças que os leitores podem usar para construir o seu próprio puzzle. De forma cronológica, desde os primórdios nos anos 80 até à atualidade, conto as histórias de rappers, produtores, DJs, personalidades, coletivos e editoras do hip hop tuga, além de alguns dos acontecimentos mais marcantes do movimento. É um mero contributo para olhar para este universo em constante expansão, para o documentar e registar para a eternidade.”

E agora, preparado para perceber o Hip Hop?

Já não há desculpas.

 

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