Reconstituição Portuguesa nas escolas: «Um convite ao exercício da livre desconstrução da autoridade»

Depois de ter esgotado a 1.ª edição, Reconstituição Portuguesa, um original livro-manifesto organizado pelos criativos Vitón Araujo e Diego Torgo, inspirado na técnica da blackout poetry, está de volta às livrarias. E quer chegar às escolas portuguesas. Distinguido com um Grand Prix no Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions (entre quase três dezenas de prémios), feito inédito para uma obra portuguesa, o livro rasura a Constituição fascista de 1933 para dar a ler um novo texto. Um poema ilustrado de louvor à liberdade e à igualdade.

 

Simbolicamente lançado a 25 de abril de 2022, Reconstituição Portuguesa (ed. Companhia das Letras) constitui um exercício de liberdade poética, e um projeto artístico e político que contou com a colaboração de dezenas de poetas, escritores e ilustradores.

A blackout poetry, técnica aplicada nesta obra, é uma forma de poesia visual. Consiste em rasurar partes de um texto de forma a obter um texto completamente novo, que subverte o primeiro. Partindo da base da Constituição portuguesa de 1933, que vigorou em Portugal durante o período do Estado Novo, os autores apagaram as palavras ligadas aos valores de um estado autoritário, repressor e fascista, para fazer sobressair um poema que exalta a democracia e os valores de Abril: humanidade, liberdade, justiça, igualdade.

Agora, os autores querem chegar às escolas portuguesas, dando a conhecer este livro através de um guia de leitura que ajuda a interpretar e a descodificar os múltiplos significados de um projeto de enorme alcance e sentido.

Combinando poesia e ilustração, pensamento e criação, este livro é ponto de partida para uma discussão alargada sobre cidadania, democracia, política e filosofia.

 

 

Uma obra original e com enorme potencial didático

Eurídice Gomes, editora da Companhia das Letras, realça: «A publicação de RECONSTITUIÇÃO PORTUGESA reveste-se de um enorme simbolismo e de uma originalidade surpreendente. A força poética desta ideia tem a capacidade de convocar a voz de um povo, passada e presente, e de a mobilizar criticamente para o futuro. Os poetas e artistas gráficos que nela participam conseguiram o feito de projetar a luta pela liberdade numa dimensão profética, como se o resultado dessa luta estivesse já inscrito no documento que decretava a sua suspensão. O caráter subversivo deste livro é um convite ao exercício da livre desconstrução da autoridade e é, acima de tudo, demonstrativo de que todo o mal contém, em si, a própria força que há de aniquilá-lo.»

 

Os organizadores do livro, Viton Araújo e Diego Tórgo , prepararam uma apresentação com sugestão de atividade didática, a realizar nas escolas e nas bibliotecas. Tanto os autores com a editora entendem que este livro tem um enorme potencial pedagógico, ao informar as novas gerações, ao mesmo tempo que entretém através da arte.  Conheça aqui a sugestão de atividade proposta. Contacte-nos para mais informações e agendamento de sessões.

 

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