Todos os caminhos vão dar a Tom Holland: chegou às livrarias “PAX – Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma”

Há 2000 anos, no seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade. Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana – da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana (paradoxalmente, ou não) foi fruto de uma violência militar sem precedentes.

 

O livro

Corria o ano 68 d.C. quando Nero se suicida. O extravagante tirano era forçado a retirar-se de uma forma particularmente romana, iniciando um período de convulsão como não se via desde a queda de Marco António e a ascensão de Augusto. Cem anos depois da guerra civil que entregaria o poder durante décadas ao sobrinho-neto e filho adotivo de Júlio César, o sangue voltava a correr abundantemente em Roma, fruto de sucessivas ambições em contro. Até dezembro do ano 69, Galba, Otão, Vitélio e Vespasiano suceder-se-iam no papel de imperadores, conseguindo este último impor a sua dinastia Flaviana. Começando no ano em que estes quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder. Um período de domínio avassalador – cultural, social, político e militar – que foi conquistado, claro, à custa da implacabilidade das legiões. Da Península Ibérica à Síria, passando por Cartago, Grécia, Judeia, Balcãs ou Egipto, o Império abrangia seis milhões de quilómetros quadrados, nos quais viveriam entre 50 a 60 milhões de almas, muitas delas convertidas à cidadania romana. Das zonas férteis da Mesopotâmia à paisagem agreste do norte da Britânia, falava-se latim, praticava-se o comércio, impunha-se a ordem. É neste último território que Adriano manda construir a sua muralha, estabelecendo o limite setentrional do Império. Na introdução de Pax, Tom Holland dá um corpo de narrativa popular a este universo:

«Nos começos do inverno de 1981, quando um turista norte-americano chamado George R. R. Martin a visitou, aproximava-se o crepúsculo. Com o Sol a pôr-se e o vento a lançar rajadas sobre os penhascos, teve aquele lugar apenas para si. Como teria sido, interrogou-se Martin, estar ali no tempo de Adriano, ser um soldado originário de África ou do Próximo Oriente colocado nas fronteiras da civilização para perscrutar as trevas e temer o que de lá poderia estar à espreita? A recordação não o abandonou. Uma década depois, quando se lançou na escrita de um romance fantástico intitulado A Guerra dos Tronos, a visita que fizera à Muralha de Adriano teve uma influência particularmente ativa: uma muralha, na descrição que fez posteriormente, a “defender a civilização de ameaças desconhecidas existentes para lá dela”».

É por isto, também, que o imaginário da Antiguidade, em geral, e de Roma, em particular, nunca nos abandonam. Até porque muito do que vemos nas refregas políticas do Ocidente de hoje tem pergaminhos noutras eras, a começar por esta que tanto nos marca. Por isso, esta Pax continua a ressoar e a conquistar leitores.

 

O autor

Tom Holland é um historiador, biógrafo e radialista galardoado. Entre os seus livros, contam-se Domínio: Como o Cristianismo Transformou o Pensamento Ocidental (ed. Vogais, 2022), que conta a história épica de como os ocidentais se tornaram naquilo que são e porque pensam como pensam, Dinastia: Ascensão e Queda da Casa de César (ed. Vogais, 2017), um retrato da primeira dinastia imperial de Roma, Rubicão: O Triunfo e a Tragédia da República Romana (ed. Alêtheia, 2008) e O Fogo Persa (ed. Alêtheia, 2006). Adaptou Homero, Heródoto, Tucídides e Virgílio para a BBC. A sua tradução de Heródoto foi publicada em 2013 pela Penguin Classics. A sua biografia de Æthelstan, o primeiro rei de Inglaterra, foi publicada em 2016 na série Penguin Monarchs, e a sua biografia de Æthelflæd, o fundador esquecido de Inglaterra, foi um Ladybird Expert Book publicado em 2019.

Em 2007, foi o vencedor do prémio da Classic Association, atribuído ao “indivíduo que mais fez para promover o estudo da língua, literatura e civilização da Grécia e Roma antigas”. Holland é o apresentador do programa Making History da BBC Radio 4. Escreveu e apresentou uma série de documentários televisivos, para a BBC e o Channel 4, sobre temas que vão do ISIS aos dinossauros. É também coapresentador, com o historiador Dominic Sandbrook, do popular podcast The Rest is History.

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