Marjane Satrapi
Marjane Satrapi cresceu em Teerão. Aos catorze anos, os pais puseram-na a estudar na Áustria durante quatro anos, para a proteger da guerra Irão-Iraque. Regressou ao Irão para estudar Belas-Artes em Teerão. Aos vinte e quatro anos, decidiu mudar-se para França. Foi lá que escreveu Persepolis (L’Association), uma banda desenhada que relata a sua juventude marcada pela revolução e pela guerra no Irão, o seu desenraizamento pessoal e a sua chegada à Europa. A saga autobiográfica vendeu vários milhões de exemplares e foi traduzida em mais de cem línguas. O jornal The New York Times classificou o livro como o segundo melhor dos últimos trinta anos. Satrapi publicou ainda dois outros livros de banda desenhada passados no Irão: Broderies (L’Association) e Poulet aux prunes (L’Association, vencedor do prémio Melhor Álbum no Festival de Angoulême 2004).
Marjane afastou-se então da banda desenhada para se dedicar ao cinema e à pintura. Os seus dois primeiros filmes, correalizados com Winshluss, que participa nesta obra, são adaptações das suas obras: o desenho animado Persépolis, que ganhou dois Césares e foi nomeado para um Óscar, e o filme em live-action Poulet aux prunes. O seu primeiro filme não adaptado de uma das suas obras, The Voices, ganhou prémios no Festival L’Étrange e no Festival de Gérardmer. O projeto seguinte foi Radioactive, uma biografia sobre a radioatividade e Marie Curie. O seu último filme estava a ser rodado na altura em que a presente obra foi lançada.
Atrás da câmara, frente à tela ou nas bandas desenhadas, a artista Marjane Satrapi enaltece o pensamento independente e a luta quotidiana pela liberdade. Desde setembro, tem movido os céus para apoiar a revolta iraniana.