«O olho da rua fixa-nos. Sabe que o nosso rabo será dele muito em breve. E, como o único sector que está a expandir é o do gardanho, sentimo-nos cada vez mais próximas do roubo à mão armada. É a evolução natural. Caminhamos para uma vida mais honesta. Uma coisa prometemos, só vamos limpar gajos. Como fazem sempre muito mais do que nós todas juntas, está na altura de a diferença ser cobrada, para sermos iguais na nossa miséria.»
Maria dos Canos Serrados é a história de uma moça de má rês que se torna pior ainda.
Arredores de Lisboa. Maria, vinte e muitos, adora a igualdade de liberdades, o seu namorado gigolô, as noites intoxicadas com as amigas e a ideia de vir a ser directora. Mas, de um dia para o outro, vê-se desamada, despedida e falida. E, entre resignar-se ou virar a mesa, Maria decide acertar contas de arma em punho.
Contada de rajada na primeira pessoa, Maria dos Canos Serrados é uma história desbocada, nascida da Grande Crise. Uma reflexão sobre a nova mulher, que não precisa de um Clyde para ser Bonnie.
Sobre Ricardo Adolfo: «A nova literatura portuguesa passa obrigatoriamente por aqui.» Valter Hugo Mãe
«Uma leitura sublime; um português que escreve livros como Almodóvar faz filmes.» Néon, Alemanha
«… o escritor mais notável da sua geração…» António Pedro Vasconcelos, Sol
«Ricardo Adolfo observa o seu país com feroz e acutilante ironia.» José Eduardo Agualusa
«… surpreendente pela capacidade de ironizar, de fazer sarcasmo – uma fotografia perfeita do país.» Francisco José Viegas, Correio da Manhã