Irene acreditava ter vivido um casamento perfeito, ao longo dos anos de entrega total e paixão ardente entre si e Marcelo, o marido agora falecido.
Viviam um para o outro, como se cada novo dia fosse o primeiro. Esta relação acabou por afastá-los da realidade que os rodeava. Com a perda e a dor do luto, o mundo de Irene desaba — até que ela descobre uma forma insólita de continuar a viver junto de Marcelo.
É esta forma de invocar o grande amor de uma vida que constitui o cerne desta fantasia literária, ao longo de cuja leitura compreendemos a força avassaladora da solidão. Um romance que explora os limites do sentimento amoroso e que empreende uma viagem às profundezas da alma de uma mulher presa numa utopia íntima e irreal — uma mulher tão apaixonada, que o seu amor parece ser capaz de enganar o tempo, o esquecimento e até a morte. Nós incorpora a singularidade e o estilo poético inconfundível de toda a obra literária de Manuel Vilas.
«Manuel Vilas conjuga o confessionalismo mais desarmante com o desejo de fazer perdurar as vidas anónimas de gente pobre, para além da morte.»
Carlos Vaz Marques
«Vibra, em Irene, um repto contra o tempo e contra a morte, uma vontade de superar a natureza e de celebrar a vida. Por tudo isto, ela arrisca aproximar-se do abismo.»
El Español
Sobre a obra de Manuel Vilas:
«Uma escrita poética, descosida, nua: coração nas mãos e crença na beleza, isto é, na bondade, isto é, na alegria, […] isto é, nisto de estar vivo e de procurar um sentido no viver.»
Sílvia Souto Cunha, Visão
«Um retrato pessoal, que no fundo é um espelho muito bem conseguido da condição humana. Pelo estilo e pelo destemor, Em tudo havia beleza merece a mais alta das notas.»
Nuno Costa Santos, Observador
«Em tudo havia beleza é um livro magnífico, uma obra de arte sobre a vida. A grande literatura é assim.»
Fernanda de Abreu, Jornal de Letras
«A busca de uma verdade íntima e pessoal colocou Manuel Vilas nesse lugar raro dos escritores literários que sabem falar às pessoas de igual para igual.»
El Periódico
«Um hino em prosa com embrulho de poesia […], uma crónica da celebração vital, da procura da verdade e da beleza entre os estilhaços do medo. [Em tudo havia beleza e E, de repente, a alegria] formam um díptico autobiográfico desarmante e comovente, em forma de rapsódia do amor, da dor e da culpa.»
El País