Fulgurante, transgressora, intemporal: entre o enigma do mundo e a escrita de si, Clarice é uma literatura inteira.
«Clarice Lispector é enigmática, mística, contraditória e filosófica. Mesmo que comece em território familiar […], rapidamente se desvia para um reino em que os sons se tornam discordantes e a paisagem se faz indiscernível, assumindo tonalidades imprevistas.»
The New York Times
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«Vida e morte foram minhas, e eu fui monstruosa. […] Durante as horas de perdição tive a coragem de não compor nem organizar. E sobretudo a de não prever. Até então eu não tivera a coragem de me deixar guiar pelo que não conheço e em direção ao que não conheço […]. Minhas previsões me fechavam o mundo.»
Conhecemo-la pelas enigmáticas iniciais – o nome, nunca chegaremos a descobrir. G.H., independente e segura das suas escolhas, é uma escultora bem relacionada nos círculos do Rio de Janeiro. Numa manhã igual a outras, o seu mundo vai expandir-se depois de se pulverizar. Primeiro, a sua empregada despede-se; em seguida, G.H. decide limpar o quarto que ela habitava: um espaço vazio e imaculado. É aí que acontece um encontro epifânico com uma barata que rasteja de dentro de um armário. Perante a visão do inseto, G.H. submerge num questionamento existencial agudo, rasga fronteiras, põe em causa o seu lugar no universo e, num sentido mais extremo, a sua própria humanidade.
Tendo como núcleo uma experiência-limite e como clímax um episódio chocante, A paixão segundo G.H. é o teatro anatómico da condição humana: disseca pulsões primordiais (desejo, medo, transgressão), ao mesmo tempo que convida o leitor à travessia de um mundo oculto. Depois da descida ao inferno, e por entre as ruínas daquilo em que antes acreditava, irrompe, afinal, o gesto humano mais elementar: o combate pela vida.
Um dos mais célebres romances de Clarice Lispector, A paixão segundo G.H. é um prodígio da imaginação e do engenho literário. Uma história tão inquietante quanto luminosa.
Os elogios da crítica:
«Um texto maior da literatura do século XX. […] A maior parte das vezes, o que acontece com Clarice é que ela nos dá encontros de vida. A grande fulminação é o impulso vital que as suas palavras contêm. Lendo-a, aproximamo-nos do seu mundo denso e verdadeiro. É por isso que, em espelho, nos estamos sempre a rever nos seus textos.» Carlos Mendes de Sousa
Figura maior da literatura lusófona contemporânea, Clarice Lispector faria hoje 104 anos. Celebrando a mais icónica, disruptiva, reverenciada e ousada…