Um livro-puzzle, um álbum de recortes, um caderno de memórias, um conjunto de notas contra a voragem do presente, um louvor ao que mais importa na vida, um autoquestionário sem respostas certas sobre a idade adulta e o estado do mundo — assim é esta Deriva.
Das saudosas férias em família à dormida penosa numa cama com percevejos; da aprendizagem lenta da solidão ao ódio às festas de casamento que mais parecem carnavais; do martírio da insónia às árduas negociações entre mãe e filhas; da navegação cega pelas redes sociais ao poder conciliatório da literatura; da redescoberta da terapia ao reencontro com um primeiro amor: Deriva deambula por assuntos tão diversos e inesperados quanto o ângulo espirituoso ou afiado que Madalena Sá Fernandes escolhe para os abordar.
Um livro que confirma a desenvoltura literária de uma escritora que, olhando para si mesma e para o que a rodeia, devolve a cada leitor uma espécie de reflexo no espelho.
Os elogios da crítica:
«Faz tempo que leio tudo o que Madalena escreve, de cá do outro lado do oceano. Ela consegue erigir uma ilha de poesia em meio ao oceano insosso das informações e análises. […] Gosto da importância que Madalena dá às coisas sem importância alguma. Mas gosto sobretudo da desimportância que dá a si mesma, e confessa o inconfessável. Já trocou de clube. Faz entrevistas imaginárias a si própria. […] Madalena irá se tornando, ao longo do livro, sua amiga de longa data. Humana, demasiado humana, sua franqueza comove, num tempo em que já ninguém parece jogar limpo.»
Gregório Duvivier, Prefácio
«Deriva é uma montra de virtuosismo, humor e sensibilidade.» Afonso Cruz
«A Madalena leva-nos para um ringue e ficamos sem saber se vão chover flores bonitas ou palavras pontiagudas que nos magoam porque são verdadeiras. Há uma certeza, vamos sair dali KO. […] Uma surpresa inesperada e arrebatadora, com uma escrita que nos vai fazer chorar na tragédia que a vida é, na comédia em que a vida se torna.» Inês Maria Meneses
«É muito bonito como percorremos a vida da Madalena através das suas crónicas. Foi importante para mim ler este livro depois do Leme. Foi bom ver que houve um lado feliz na vida da escritora apesar da tristeza relatada no seu livro anterior. […] Quando lemos alguém que escreve sobre si, é impossível não sentirmos uma ligação e uma vontade de os lermos felizes.» Luísa Sobral