Corre o ano de 1984, no Chile. Em plena ditadura militar de Augusto Pinochet, um elemento dos serviços de segurança dirige-se a uma revista oposicionista para confessar a sua participação nos piores crimes do regime. Revela nomes de agentes e de desaparecidos, moradas de centros de detenção e os métodos de tortura aplicados.
A jornalista grava o seu chocante testemunho, publica esta história de terror, e escancara as portas de uma realidade paralela, de uma Quinta Dimensão, cinzenta e brutal, somente intuída pela generalidade da sociedade, incluindo a narradora, que é apenas uma criança quando vê pela primeira vez o rosto banal desse homem e as palavras «Eu torturei» na capa da revista.
Este facto real, transformado em memória — ou sonho? —, irá marcar indelevelmente a sua vida adulta e a sua carreira de escritora e documentarista, levando-a a embrenhar-se, com a chave da imaginação, nessa dimensão desconhecida, nesse mundo secreto onde as rotinas da manhã, um jogo de xadrez, Iuri Gagarin ou uma série de televisão coexistem com a vida paralela de um país.
Seguindo o fio desta história verdadeira, Nona Fernández recorre aos mecanismos da ficção para chegar aos seus cantos mais sombrios, onde nem a memória pessoal ou coletiva nem os arquivos de documentos conseguem chegar, reconstruindo, com uma prosa luminosa e obsessiva, um dos períodos mais brutais da história da América Latina.
Os elogios da crítica:
«Um romance fascinante que convida os leitores a entrar nos negros portais da História onde as pessoas e as histórias apagadas pelos regimes autoritários são finalmente iluminadas.» — Chicago Review of books
«A meio caminho entre jornalismo, literatura e memória pessoal, Nona Fernández consegue revelar o estado emocional de uma nação inteira perante o seu negro e porventura vergonhoso passado.» — Jurados do prémio Sor Juana Inés de la Cruz
«Um livro assombroso que se tornará um clássico da literatura latino-americana.» — El País
«A Quinta Dimensão é um contributo extremamente inovador e importante para a literatura mundial, e não só chilena, sobre o trauma e o seu rescaldo.» — The New York Times
«[Fernández] ousa ir além dos arquivos históricos que apresentam os crimes da ditadura chilena como casos isolados, revelando um mundo alternativo que assombra o espírito da nação.» — New York Magazine
«Fernández encontrou a resposta para uma pergunta urgente: fazer arte é sempre insuficiente, mas é, ainda assim, um ofício poderoso.» — Harper’s Magazine
«Nona Fernández ajuda-nos a vislumbrar a realidade terrorífica da tortura — e a forma ainda mais terrorífica como ela se transforma em rotina — numa prosa luminosa de grande inteligência e obsessiva sinceridade.» — Fernanda Melchior