Em Portugal, estima-se que, além dos 700 mil profissionais de cuidados reconhecidos como tal, cerca de 800 mil pessoas prestem cuidados informais a idosos, dependentes, doentes crónicos ou pessoas com deficiência. Este trabalho invisível e marginalizado, levado a cabo com enorme sacrifício pessoal e, muitas vezes, incomportável prejuízo para quem o assume, representa, na verdade, 4 mil milhões de euros por ano.
Perante este cenário, e antevendo um aumento exponencial da necessidade de cuidados nas próximas décadas, é nosso dever enquanto sociedade prepararmo-nos e procurar respostas adequadas que não excluam uma parte importante e activa do seu todo. Devem os cuidados ser uma responsabilidade exclusiva das famílias, do Estado ou da sociedade civil? O Estado deve remunerar os cuidadores informais ou criar empregos para cuidadores profissionais? Por que razão as profissões mais essenciais são, tantas vezes, as menos valorizadas?
A partir de exemplos de Portugal e de outros países, Cuidar de quem cuida é um manifesto apaixonado por uma nova política pública de cuidados que reconheça o cuidador e o seu labor e desenha um roteiro das principais escolhas que teremos de fazer na próxima década para enquadrar os cuidados, reforçar as respostas sociais e cuidar de quem cuida.