Plano Nacional de Leitura
Cultura e Sociedade – Maiores de 18 anos
Portugal não ficou à margem dos grandes ciclos de mudança internacional na época contemporânea, como os das revoluções liberais e das duas grandes guerras mundiais, que se cruzaram com transformações económicas e políticas profundas, ou como o das descolonizações do século XX, indissociável das guerras coloniais sustentadas para tentar impedir a independência dos territórios africanos. Todos esses foram momentos de tensão nas relações internacionais portuguesas.
Entre rutura e continuidade, as relações de Portugal com o mundo nos últimos duzentos anos marcaram sucessivas conjunturas nacionais. A preocupação com os destinos dos territórios coloniais e com a própria independência face a Espanha, bem como a quase contínua exportação de mão-de-obra para outros países, foram temas recorrentes das conexões internacionais portuguesas. Mas também nelas ocupou, quase sempre, um lugar relevante a inserção económica e política em alianças mais amplas.
Combinar uma informação sustentada sobre o passado com as renovadas interrogações que o presente necessariamente convoca foi a intenção das persas contribuições para este volume sobre Portugal e o Mundo na Época Contemporânea, da autoria de reconhecidos académicos e coordenado por António Costa Pinto e Nuno Gonçalo Monteiro.
Com a colaboração de Jorge M. Pedreira, Miguel Bandeira Jerónimo, Nuno Severiano Teixeira e Pedro Aires Oliveira
Da introdução:
«Continuidade ou mudança? As relações de Portugal, como entidade política, e dos portugueses com o mundo nos últimos duzentos anos foram marcadas pela permanência de algumas vertentes fundamentais, ou, ao invés, sofreram mutações significativas? No plano político e diplomático, a persistência no tempo de dimensões essenciais cuja génese foi muito anterior, como o temor da absorção pelo vizinho ibérico, como a aliança Inglesa e seus sucedâneos político-militares ou como as preocupações com territórios coloniais e pós-coloniais extraeuropeus, parece inclinar a balança para a primeira possibilidade. E, mesmo se alargarmos o inquérito a outros planos, nos quais a emigração tem necessariamente de ocupar um lugar destacado, esse sentido parece ainda prevalecer.»
António Costa Pinto e Nuno Gonçalo Monteiro