Segundo o filósofo afro-judeu Lewis Ricardo Gordon, herdeiro do pensamento de Fanon, ninguém nasce com uma consciência negra. A pandemia e a exposição global de episódios chocantes de brutalidade racista a que todos assistimos forçaram a sociedade a confrontar-se com o racismo que lhe é estrutural, um sistema sustentado na desumanização e na invisibilização da pessoa negra.
Neste trabalho original e penetrante, Lewis Ricardo Gordon, um dos estudiosos mais importantes do Existencialismo Negro, guia o leitor pela história da Negritude racializada, pelos problemas que este tipo de consciência coloca e pelas inúmeras respostas criativas das comunidades negras e não-negras nas lutas contemporâneas por dignidade e liberdade.
Partindo da sua experiência, na Jamaica, em criança, e nos EUA, já adulto, Ricardo Gordon recorre a inúmeros aspetos da cultura popular contemporânea, nomeadamente ao cinema e à música, para demonstrar como a celebração – e negação – da Negritude acontece em sistemas de conhecimento e de expressão cultural amplamente difundidos.
Numa investida hábil por terrenos complexos e traumáticos, o autor disseca o narcisismo branco e expõe a perfídia no âmago de muitas discussões sobre raça e racismo, em particular com pessoas que declaram «não ver cores» e que se creem, por isso, extraordinárias. Extraordinário, declara, é conseguir ter uma vida normal numa sociedade dominada pela supremacia branca.
Os elogios da crítica:
«Poderoso . . . um dos mais eminentes estudiosos do racismo rasga os nossos horizontes com precisão intelectual e uma análise certeira. —Observer
As observações surpreendentes de Ricardo Gordon potenciam a nossa capacidade de interligar várias disciplinas criativas. — Literary Hub
«Importante, forte… Uma análise sobre a razão por que as manifestações antirracistas representam um perigo tão grande para a estrutura de poder branco.» — Guardian
«O amplo compromisso filosófico de Ricardo Gordon com o momento atual – as suas histórias e universalidades, os seus aspetos políticos e protestos, a sua cultura visual e sonora – relembram-nos de que o grande objetivo da luta pela liberdade Negra é, na verdade, a libertação de todas as pessoas.» — Angela Y. Davis
«Uma resposta intransigente ao pessimismo dominante. Pontuado por histórias pessoais, episódios engraçados e argumentos de força, este livro motiva os leitores a repensar as representações históricas de violência contra os negros, bem como o vocabulário que usamos, hoje, para falar sobre raça e racismo.» — The Philosophical Quarterly