Composto por 44 poemas que, segundo o seu autor, são «realmente um só poema», Mensagem recupera os acontecimentos e símbolos épicos da história de Portugal para apontar um sentido mítico para o futuro da nação.
«Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.»
Distinguido em 1934 com o prémio Antero de Quental na categoria «poema ou poesia solta», atribuído pelo Secretariado de Propaganda Nacional, Mensagem, único livro que Fernando Pessoa publicou em vida, é uma das obras mais enigmáticas da literatura portuguesa.
Em 44 poemas dedicados à história de Portugal, Pessoa tece uma intertextualidade notável com o épico camoniano Os Lusíadas para criar um projeto modernista de refundação da história nacional. Mitificando acontecimentos e personagens, o autor inscreve o passado numa dimensão mística e radica o futuro numa glória a haver. Formalmente perfeito, Mensagem é, ainda hoje, lido com estranheza e assombro.