«Talvez Deus se juntasse a nós mais tarde, quando ficasse convencido de que estávamos do lado dos vencedores. Então, o Céu aprovaria uma lei sobre os direitos civis e todos os anjos seriam iguais e todos os filhos de Deus teriam sapatos.»
Nova Iorque, 1960. No auge da sua carreira, aos 39 anos, o ator Leo Proudhammer sofre um ataque cardíaco em palco. Enquanto flutua entre a vida e a morte, desfilam, diante do leitor, as escolhas que o tornaram invejavelmente famoso e também terrivelmente vulnerável.
Entre a infância nas ruas do Harlem e a chegada ao inebriante mundo do teatro, corre um deserto de desejo e perda, vergonha e raiva. De um lado, há a memória de Caleb, irmão mais velho adorado que sucumbiu na prisão. Do outro, uma vida amorosa complexa, os afetos de Leo divididos entre Barbara King, uma mulher branca com quem partilha o palco, e Black Christopher, um rapaz negro orgulhoso, ambos exigindo a sua lealdade incondicional.
Avassaladora no dilema que apresenta e extravagante na intensidade dos sentimentos que a inflamam, Diz-me há quanto tempo partiu o comboio é uma obra fundamental da literatura norte-americana, talvez o romance mais terno de James Baldwin, e a sua personagem, a mais marcante: um homem em busca de si mesmo, tentando fazer as pazes com as suas muitas identidades. E com as marcas do amor, que «quase ninguém consegue suportar».
Os elogios da crítica:
«Um feito surpreendente, dificilmente igualável no nosso tempo.»
The Washington Post
«Um dos poucos escritores norte-americanos verdadeiramente indispensáveis.»
Saturday Review
«Não há nada de simplista na desarmante simplicidade de Baldwin. Tudo em Baldwin é complexo.»
The Literary Hub
«Baldwin não perdeu o contacto com as suas origens, o que faz com que a sua obra possa ser apreciada por uma comunidade de leitores mais vasta e diversa do que a de qualquer outro escritor americano.»
The Nation
«Cem anos depois do nascimento de James Baldwin, a sua actualidade não diminuiu. […] Baldwin não é um incendiário, é um homem que diz que há um incêndio. E que não se pode virar a cara, esperar que o incêndio se apague sozinho.»
Pedro Mexia, Expresso
«Poucos autores souberam, como James Baldwin, pôr em literatura toda a contradição de sentimentos em relação ao seu país e ao que era ser e sentir-se americano.»
Isabel Lucas, Público
«Baldwin, o pensador de expressão cortante, perturbadora, perfeita. A sua lucidez chega a doer na pele.»
Valter Hugo Mãe, Jornal de Notícias
«Na escrita de Baldwin não há o esmiuçar de argumentos com vista a convencer o leitor. Parece que o autor escreve para além disso, oferecendo uma visão íntegra, coesa, orgânica, panorâmica, ficando quem lê com a responsabilidade de usar o texto, enquanto forma total, como ferramenta de análise.»
Ana Bárbara Pedrosa, Observador
«Cada ‘novo’ livro do escritor insubmisso […] traz uma espécie de iluminação intelectual a jusante, uma influência que se prolonga depois da leitura. É, afinal, um gigante das Letras aquele que nos fala a partir do lugar da negritude […]. Porém, há sempre uma réstia de amor que leva a melhor na observação lúcida da angústia da pele.»
Inês Lourenço, Diário de Notícias