Publicado em 1933, após o êxito mundial obtido com A Selva, o romance Eternidade, marcado pelo pendor autobiográfico da perda e do luto, ocupa um lugar particular na bibliografia e na vida de Ferreira de Castro, reavaliada hoje em dia pela crítica como uma das suas maiores obras ficcionais.
Juvenal Gonçalves, após a morte por doença da sua esposa, Helena, regressa à ilha da Madeira, sua terra natal. Aqui, num cenário contrastante de natureza idílica e encantadora, atravessa os vários estádios do luto e da solidão, revoltando-se perante a fragilidade da condição humana e a sua capacidade de resignação, tomando consciência das injustiças sociais que o rodeiam, da chocante discrepância que opõe a vida dos burgueses ricos do Funchal, entre os quais se conta o seu irmão, Álvaro, e a dos camponeses e bordadeiras.
A insurreição que encabeça é prontamente suprimida pelo governo nacional.
Com a deportação para o inferno de Cabo Verde, virá também a notícia da gravidez fruto da sua relação com Elizabeth, e uma renovada esperança no futuro da humanidade.
Os elogios da crítica
«Assim são os livros de Ferreira de Castro: como uma árvore que amamos, de muito a ter absorvido na paisagem e no lugar da nossa vida.» Agustina Bessa-Luís