«Terão acontecido terramotos, pragas e guerras, mas só um homem, esperando uma mulher que não apareceu, tinha a importância daquilo que fica para sempre.»
Com a cabeça a prémio e uma encomenda secreta para entregar, um homem sem nome foge de Lisboa para o Rio de Janeiro. Leva consigo o desejo de começar uma segunda vida, no Novo Mundo dos trópicos, a fim de esquecer um passado desastroso e um Portugal afundado na depressão coletiva da grande crise financeira do século.
No Rio de Janeiro, encontra a exorbitância da Natureza, o mar, os morros, a selva, o sexo e a paixão por uma mulher que mais parece fogo-posto. Mas o paraíso tem os dias contados, e a entrega da encomenda lança-o na teia da cidade maravilhosa: das penthouses do Leblon ao cume da favela do Vidigal, da Serra dos Órgãos a uma ilha deserta, o explorador enamorado protagoniza uma perigosa odisseia na companhia de terroristas bascos, sobreviventes do Holocausto e foras-da-lei internacionais.
Se os escandinavos têm o policial noir, da opressiva planura da neve e dos dias com poucas horas de sol, então, este é um exuberante exemplo do technicolor luso-brasileiro, a rebentar de luz e calor, garrido no céu e no mato, destravadamente romântico e obsessivo com a fruição do corpo.
Os elogios da crítica:
«Uma prosa que leva tudo à sua frente, uma sabedoria precoce, feita de experiência e imaginação, […] a lição aprendida com os mestres do cânone ocidental, que se foi apurando de Homero a Dickens; e, enfim, essa capacidade de nos envolver, que é marca dos grandes escritores.»
António-Pedro Vasconcelos
«Hugo Gonçalves encontra-se claramente entre os melhores da nova literatura portuguesa.»
Vítor Quelhas, Expresso
Sobre Revolução:
«O melhor romance português do ano. […] Revolução evidencia uma unidade coerente, trespassada por uma pulsão dionisíaca, mantendo um contínuo de picos dramáticos conjugados com nós de suspense.»
Miguel Real, Jornal de Letras
«Já tínhamos lido quase tudo sobre clandestinidade e euforias e sobressaltos do PREC. […] Encontra este livro o rasgão, a fenda, a passagem secreta? Encontra. […] Aqui não há heróis, mesmo se todos aqueles que se cruzam connosco nestas páginas em algum momento afrontam os deuses e a morte.»
Fernando Alves
«Um romance na esteira de autores como Hillary Mantel, Pat Barker e mesmo Tolstói.»
Helena Vasconcelos, Público
«Uma odisseia familiar, cheia de contradições e diferentes experiências da liberdade, num retrato literário inédito.»
Luís Ricardo Duarte, Jornal de Letras
Sobre Deus Pátria Família:
«Deus Pátria Família agarra o leitor pelos colarinhos […]. Podemos lê-lo como um policial, uma reconstituição histórica, um questionamento religioso, um estudo de personagens, um enredo com pontas bem atadas. Mas talvez seja, acima de tudo, um desafio ao leitor: o de se rever hoje no que o passado já experienciou. Ler para não radicalizar.»
Luís Ricardo Duarte, Visão
«A escrita ágil, precisa, exuberante de Hugo Gonçalves recupera, na perfeição, o ambiente de medo, desconfiança e perigo da cidade durante a Guerra. […] Hugo Gonçalves consegue a proeza de conjurar, com a sua escrita, um Portugal ‘amordaçado’.»
Helena Vasconcelos, Público