Marco Aurélio, o último dos Cinco Bons Imperadores, filósofo estoico num momento turbulento do império romano, refugiava-se nos seus pensamentos para encontrar uma linha condutora para o seu modo de governar, assente na razão e na virtude. Assim nasceram as Meditações, texto fundamental nos dias de hoje, lido por milhões de pessoas que encontram na sabedoria de Marco Aurélio uma incontestada consolação.
Com introdução de José Pedro Serra e tradução, do grego, de Rui Carlos Fonseca.
«Se não é conveniente, não o faças. Se não é verdade, não o digas. Seja esse o teu impulso.»
No ano de 169, Lúcio Vero morre, deixando Marco Aurélio isolado à cabeça do dilatado Império Romano. Apesar de fustigado pela peste, e com as fronteiras pressionadas pelos germânicos, sármatas e partos, foram de prosperidade e relativa pax os anos em que governou o imperador-filósofo que, para seu próprio consolo e orientação, escreveu estas Meditações. Guiando-se pelos princípios da razão e da conduta ética, Aurélio registava, no século II, a necessidade de rejeitar paixões para agir com lucidez.
O caráter intimista e confessional destas reflexões, aliado à exortação da introspeção, da prática da virtude, da lealdade e da perseverança, constitui, ainda hoje, uma fonte para o entendimento do pensamento estoico, sendo, também, um texto fundamental – e dos mais lidos e influentes – da filosofia ocidental.
«Ninguém pode lê-lo sem se comover. Quando o lemos, levamos connosco uma memória do próprio homem. É como se tivéssemos tocado uma mão leal, fixado olhos corajosos, e feito um nobre amigo; há outra ligação doravante a vincular-nos à vida e ao amor à virtude.» Robert Louis Stevenson sobre Meditações