«Não são super heróis, são super normais e por isso é que gostamos tanto.»

São famílias com filhos até aos 12 anos, gostam de ler e de partilhar leituras. Fazem parte da comunidade de leitura Penguin Kids, uma iniciativa de promoção e divulgação da leitura através da partilha de conteúdos na página de Instagram da Penguin Kids. Lançámos o desafio a estas famílias leitoras: o que significa para elas o fenómeno Bluey? Para lá dos números, de audiências da série, de vendas dos livros, e outras contas que envolvem milhões, na base de tudo está algo de genuíno que atravessou fronteiras, contagiou famílias e gerou um culto. Afinal, o que se passa na casa dos Heelers?

Da TV para os livros

O primeiro episódio da série de origem australiana, criada por Joe Brumm, estreou-se em outubro de 2018 no canal ABC Kids. Xilofone mágico, Hospital, Papá Robot ou Boa-noite, Morcego são alguns dos episódios iniciais de uma lista que, entretanto, se tornou extensa. Com a transmissão recente de dois episódios especiais, O Sinal e Surpresa!, são 154 as histórias disponíveis sobre a família Heeler: as filhas Bluey e Bingo, o pai Bandit, a mãe Chilli, além de uma galeria de personagens de familiares e amigos com quem brincam, discutem e partilham um quotidiano recheado de peripécias, com muita imaginação, brincadeiras e amor à mistura.

A Booksmile edita em Portugal os livros que adaptam fielmente as histórias dos episódios de televisão. Rita Santos, responsável editorial da Bluey e de muitas outras coleções infantis, vê assim o fenómeno: «No mercado editorial português, não se via um fenómeno de uma marca infantil como o da Bluey há bastante tempo. A Bluey ensina sem ser moralista, diverte enquanto inspira, estimula a imaginação de formas simples e criativas. É entretenimento com valor, passa valores. Talvez seja por isso que os adultos gostem tanto (ou até mais!) de ver os episódios do que as próprias crianças: a família que ali veem é como a de lá de casa, com tudo o que há de bom e de mau, e sem julgamentos. Cada episódio da Bluey é uma lição, sem o ser verdadeiramente, de tão subtil que é. A Penguin Random House não podia estar mais feliz de fazer parte das histórias da Bluey e da sua família. Agora vou ali ver mais um episódio!»

Boa energia

Além de mãe do João, de 6 anos, Júlia é psicóloga, o que a leva a ver a Bluey por esse prisma também. «O que mais gostamos nesta série é da sua abordagem pedagógica/educativa às situações, que representam bem o dia a dia da maioria das crianças e das suas famílias. Mais recentemente, descobrimos os livros da Bluey e o João, que está no 1.° ano e aprendeu recentemente a ler, fica super orgulhoso por conseguir lê-los sozinho.
Como psicóloga de profissão, gostaria de reforçar a pertinência dos temas abordados na série e a forma respeitosa e positiva como os pais da Bluey gerem as situações. Tratando-se de uma série conhecida pela grande maioria das crianças/famílias com quem trabalho, acaba por ser uma excelente ferramenta de intervenção.»

Com filhas de 5 e 2 anos, José destaca a correção e a boa energia da série. «A educação positiva é algo que levamos muito a sério por aqui, e contar com os episódios da Bluey é muito importante.»

Susana, guionista e cronista, diz que a Bluey conseguiu algo inédito: que pais e filho, de 6 anos, vejam a mesma série, e como o mesmo entusiasmo. «São personagens que nos recentram naquilo que é, de facto, importante para o desenvolvimento de uma criança: brincar, brincar, brincar – e, pelo meio, fazer todas as perguntas que quiser, cabendo aos adultos não a deixar sem resposta, mesmo evitando a pressão de serem sempre progenitores perfeitos. A Bluey é, ao mesmo tempo, divertida, comovente, empática e livre. Não são super heróis, são super normais e por isso é que gostamos tanto.»

Será verdade que os pais ficam a ver, mesmo quando os miúdos já foram fazer outra coisa? Com um filho de 4 anos, Alexandra admite que, por vezes, são os adultos a ficar mais colados à TV, talvez por razões terapêuticas. «É uma série que também é uma espécie de abraço aos pais, pois retrata momentos mais difíceis e delicados da maternidade/paternidade, proporcionando também muitas gargalhadas em família.»

Família modelo e terapia de casal

Será que a Bluey também ajuda na relação do casal? Sandra, mãe de um menino de 8 anos, realça a identificação dos pais com «a loucura que Chilli e Bandit vivem nos seus dias, de conseguir ultrapassar o desafio de imaginar as brincadeiras mais divertidas para os nossos filhos, enquanto não nos esquecemos de que antes dos filhos, existem os seus pais como casal.»

Com dois filhos de 7 e 4 anos, Rita vê na família Heeler um modelo de parentalidade. Da ficção para a realidade, as histórias «fazem-nos refletir sobre as nossas próprias posturas enquanto pais.» Com um filho de 5 anos, Cristiana, nutricionista, também elege os Heeler um modelo de família. «Nós por aqui somos super fãs da família Heeler, são um exemplo de como deveriam ser todas as famílias, cheias de amor, paciência, brincadeiras e de uma imaginação gigante.»

Paula é educadora de infância e vê na Bluey uma inspiração: «A Bluey é uma inspiração para todas as famílias, quer no modelo de parentalidade representado, como na importância do brincar e do desenvolvimento da imaginação e da criatividade inerentes à infância.»

Honestidade é uma das palavras mais frequentes quando se fala desta família. «A honestidade que a família da Bluey transmite através da dinâmica das crianças em crescimento e dos pais que estão a aprender a ser pais, aproxima e entretém as duas gerações, pais e filhos», afirma Liliana, escritora, com um filho de 4 anos. «Amizade, empatia e respeito», sublinha Carla, mãe de dois gémeos de 6 anos, como os principais valores veiculados.

O chão é de lava!

A explosão de criatividade, imaginação e as brincadeiras são mencionadas por todos. «O Bernardo adora tanto os livros como a série em si, inclusive, algumas das brincadeiras dele são inspiradas na Bluey, nomeadamente o chão é lava.», diz Cristiana

Eduardo só tem 3 anos, mas já ri à gargalhada com a série, conta Andreia, administrativa. «Adoramos as brincadeiras e as temáticas dos episódios. Falam de coisas importantes de forma divertida e arrancam muitas gargalhadas ao nosso filho. Confesso que até nós pais, quando nos apercebemos paramos o que estamos a fazer para ver os desenhos animados. Há qualquer coisa de maravilhoso em cada uma das histórias deles.»

A Leonor, de 6 anos, resume assim: «A Bluey é como a minha família. Somos 4 cá em casa, a mãe, o pai, o Gonçalo e eu. Eu sou a Bluey e o Gonçalo é o Bingo 🤭. Tem a mesma idade que eu e também adota fazer disparates e brincadeiras 🤭 Ela é muito divertida e nós adoramos vê-la na televisão e ler as suas histórias.»

O futuro da Bluey continua em aberto (não sabemos o que aí vem), mas o lugar que conquistou no coração das famílias já não oferece dúvidas.

A BLUEY vem à Feira do Livro de Lisboa!

Dia 13 de junho, a mascote da Bluey vai animar o pavilhão da Penguin Random House, a partir das 15h30. Convidamos todos a vir conhecer a Bluey!