Uma miniaturista do quotidiano, a modernista Katherine Mansfield marcou a cena literária inglesa do início do século XX com Festa no Jardim, uma coletânea de contos em que se evidencia um humor subtil aplicada à crítica social inequívoca.
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Nesta coleção de contos, a última que publicou em vida, a neozelandesa Katherine Mansfield aplica o seu talento literário em subtis retratos dos pequenos dramas mundanos: a delicada ingenuidade com que a colisão de classes é vivida no conto titular, Festa no Jardim; o vulto do patriarca e o choque da sua ausência em As Filhas doFalecido Coronel, a exaustão da busca por afeto e privacidade, na história A Vida de Ma Parker.
Pioneira do conto modernista, Mansfield encontra na natureza sintética dessa forma uma ambiguidade libertadora. Além da superfície do mundo que representa, a autora encontrou, nas hesitações e dúvidas de uma personagem, nas omissões e implicações de um texto, as realidades inarticuláveis, mas profundamente humanas, que dão vida aos seus contos. É por esta capacidade, de escutar além do que imaginar é dito, além do que fica impresso, que continua a ser uma das vozes mais celebradas do Modernismo.